Podia perder esta tarde a ver tranças

E esta? Juro que já estou para aqui a entrançar o cabelo atrás da cabeça. Tutorial aqui.

Um dia saio à rua assim

Com este penteado romântico e que vendo às fotos, até parece fácil.

Boa noite

Vou dedicar-me à bricolage

e fazer este candeeiro lindo em crochet.

e a serenidade

Há poucos dias assim. Tranquilos. Serenos. Eu pacificada. Eu estruturada. Eu, eu, assim, com redundância.

e as andorinhas

Tenho duas andorinhas do Bordalo Pinheiro que pedem para voar livremente pela minha casa.

As pataniscas

Correcção, as melhores pataniscas de Lisboa. Com o melhor arroz de feijão de Lisboa e o pior dos vinhos. Num sítio sem glamour mas com um sorriso que nos recebe e nos oferece comida caseira, feita na hora. O maior dos luxos. E tudo temperado com as nossas gargalhadas. As nossas parvoíces. A nossa partilha. E os planos, inúmeros, o vamos sempre, juntas, sempre juntas. E as pataniscas, sempre mais, sempre quentinhas, sempre a repetir. Das boas noites desta vida e dos Lol, sem gargalhadas.

Eu gosto de Twin Shadow

E ele, se me conhecesse, também ia gostar de mim. E ste céu do Porto é bonito e ele fica bem com ele como cenário. A música também é bonita. É tudo bonito.

Hoje fui ao cemitério

E chorei, chorei e chorei.

o que se lê por aqui

Voltar a ler

Nem que seja uma página por dia.

Acordas. Corres. Vais trabalhar. E esperas que o tempo passe muito rápido. Não faz sentido.

Gostava de ser sexy como a Brigitte Bardot

e não conseguir escrever uma linha sobre o meu pai

Ao lado do corpo de meu Pai

chorava esta pobre carne.

E de repente chegou a tua

e minha felicidade:

A teu lado estou

sorrindo a chamar-te,

espero que regresses a casa,

ansiosamente corro para a porta.

E ao colo sinto o teu calor,

contigo passeio pela mão,

pergunto, pergunto e tu respondes

ocultando o fim da vida.

Ver-te dormir, alegria

igual à tua

quando de noite

tranquilo eu respirava.

Tenho três anos e tu, Pai, és jovem,

grande, senhor do mundo,

deus docemente temido

desde o início.

Assim te amo agora sem lágrimas.

Que deste modo teus netos

um dia recordem de mim,

na tua, minha e deles

pura ignorância da morte.

António Osório em Raiz Afectuosa

"Caminho em frente pra sentir saudade"